Táxi


Pela rua serpentina
do bairro-jardim florido
o meu táxi convencido
vai entreabrindo a cortina
de miçangas e vidrilhos
da chuvinha fria e fina.
Brilham fios. Brilham trilhos.
Vai indo. E enquanto deslisa
o imponente calhambeque
a vareta do agitado
limpador de para-brisa
abre no vidro empolado
uma paisagem de leque.

(Guilherme de Almeida, "Rua", Livraria Martins Editora, 1961)

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