(ao meu pai)
Ouço vozes
as mesmas que ouvias
revisitando passados
de herois e algozes
e das bruxarias
tuas mãos sem segredos
seguram as minhas
no dia abençoado
por um sol de poesia
sinto ainda teu abraço
atávico laço
doce e apertado
amor desvelado
sinto aquele medo
o mesmo que sentias
nos ciclos da lua
da travessia das ruas
na rota dos desenredos
talvez seja cedo
para perfurar o espaço
riscar o tempo num traço
e ter contigo outro dia.
Wasil Sacharuk
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