Me ajuda que hoje eu tenho certeza absoluta que já fui Pessoa ou Virginia Woolf em outras vidas, e filósofo em tupi-guarani, enganado pelos búzios, pelas cartas, pelos astros, pelas fadas. Me puxa para fora desse túnel, me mostra o caminho para baixo da quaresmeira em flor que eu quero encontrar em seu tronco o lótus de mil pétalas do topo da minha cabeça tonta para sair de mim e respirar aliviado e por um instante não ser mais eu, que hoje não me suporto nem me perdoo de ser como sou, sem solução.
Aumente o volume. Ou desligue para sempre, você me entende?
Antes a inquietação de um amor, do que a paz de um coração vazio.
Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.
Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso... Ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo.
Caio Fernando Abreu
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