do mar


de novo, e leve na tua presença,

aspiro o aroma que me propicia

alívio ao peso da breve sentença

que a noite julgou certa para o dia


sim, visitar-te é-me recompensa

pudesse, mais que casa, far-te-ia

meu lar de espumas pois tens na despensa

conchas de esperança e de poesia


nos teus lençóis, líquidos, azulados,

sonhos cochilam por ondas ninados

depois de alimentados por teu seio


tua brisa, um beijo entre o suave e o vasto,

soprada sobre os detalhes mais castos,

deita e dispensa dizer-me a que veio



( Lena Ferreira)


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