Tão pouco




Sondar
a linguagem das trevas
dormir
na neve dos limites
atravessar
flores distraídas

Decifrar
numa pedra fria
letras a arder
entrar
em comboios remotos
no olho gigante
das estações do fim do mundo

Ser
um sinal
lançado ao acaso na noite
deixar 
noutra boca
o gosto de uma ausência

Temos tão pouco tempo
tão pouco sonho
tão pouco



(Ernesto Sampaio)

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