Pensamentos


Cada qual tem o seu álcool. 
Tenho álcool bastante em existir. 
Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. 
Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. 
Se não são horas, vou até o rio fitar o rio, como qualquer outro. 
Sou igual. 
E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito.


Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa) in Do Livro do Desassossego

Nenhum comentário: