Nocturno


A arte já sabemos nasce
da imperfeição das coisas
que trazemos para casa
com o pó da rua
quando a tarde finda
e não temos água quente
para lavar a cabeça.
Tentamos regular
com açudes de orações
o curso da tristeza
mudamos de cadeira
e levamos a noite
a dizer oxalá
como se a palavra
praticasse anestesia.

José Miguel Silva


Um comentário:

vieira calado disse...

É bom, este poema.
Quanto ao seu "guardador de rebanhos"
pois junte lá a "minha ovelha",
que isso só me trará prazer"
rsrs rsrs

Saudações minhas!