Acorrentado de silêncios velhos
meu grito se fez lua, e me passeia
vestido nas roupagens dessas noites
onde pastam meus sonhos como ovelhas.
Às vezes, pendurado dessas horas
que se acendem de faces e de bocas,
neste ofício de mago e serralheiro
rompe algumas algemas, e, - quem sabe?
por um cochilo desses anjos negros
inventa e monta essas palavras todas
que me batem no peito como patas.
Essas palavras que me chegam, fiapos
de lua e sangue e carne do meu grito
acorrentado de silêncios velhos...
Farias de Carvalho
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